Uma solidão imensa me invade a alma e um fremito gelado me envolve o corpo...
A vida quotidiana é árida e em nosso redor nem sempre encontramos a mão amiga, que nos aqueça, o coração.
Sinto-me só. Tento lutar para dar mais e mais aqueles que me rodeiam e os outros não me compreendem.
Olho o meu ego e lá no fundo das minhas entranhas um grito de agonia de dor e desalento me despedaça o meu ser, tão amante do seu semelhante.
Abro os meus braços a todos quantos me cercam, dentro do possível tento chegar ás suas mágoas para dar tudo por tudo, esquecendo que eu existo neste mundo sem calor....
Quarenta anos de luta, de sacrificios e canseiras, horas e horas perdidas a favor dos outros, e nem um segundo retirei para meu proveito e lazer.
Sinto-me envelhecer, dia a dia, e os cabelos brancos que me envolvem o rosto, vão-se deixando cair, como aneis caídos, sem brilho e sem calor...
Sou uma mulher como tantas que existem por esse mundo fora, e tal como eu, elas se deixam secar lentamente, sem que um sorriso de gratidão possa aflorar aos rostos marcados pelo vendaval da vida sem flor....
DEDICO ESTA PROSA A TODAS AS MULHERES QUE VIVEM
NA SOLIDÃO DUMA VIDA.